Leda e o Cisne - Leonardo Da Vinci
Leda era uma jovem e bela princesa, recém-casada com Tíndaro, herdeiro do reino de Esparta. Gostava de deitar-se na relva, apreciando o canto dos pássaros e expunha seu corpo aos raios do sol, sob olhares indiscretos dos deuses.
Certa vez, Zeus ia a caminho da cidade de Tróia e encontrou Leda deitada seminua na relva e parou para contemplá-la de longe. Temendo assustá-la com sua figura gloriosa e resplandecente, Zeus transforma-se em um cisne imenso e de bela plumagem para poder cortejar a princesa. O deus supremo temia também que, por ser a bela princesa recém-casada, provavelmente o repeliria.
Ao ver o belo cisne se aproximando, Leda senta-se e começa a observá-lo. Diante dos olhos da princesa, o cisne começa a mover suas belas plumas com grande excitação, movimenta seu corpo em uma dança de vai e vem que mostra seu desejo e soa sua voz delicada, emitindo sinais de atração e paixão. Leda estava fascinada e o cisne aproximou-se mais e começou a tocá-la e acariciá-la com suas plumas e seu longo pescoço. Excitada, Leda deitou-se novamente na relva e aguardou que o cisne se deitasse sobre ela, e então se amaram. Na mesma noite, Leda foi ter com seu esposo, tendo sido fecundada então, duas vezes.
Meses depois a princesa sente fortes dores e percebe que de seu ventre haviam saído dois ovos: do primeiro, nascem Castor e Helena (filhos de Tíndaro), do segundo, Pólux e Clitemnestra (Filhos de Zeus). Porém Hera, irmã e esposa de Zeus, com ciúmes, persegue e proíbe Leda de viver no reino. Assim, Zeus compensa Leda, convertendo-a em deusa e reservando-lhe um espaço no céu, na forma de uma estrela na constelação de Cisne.
Os filhos de Leda, Castor e Pólux, tornam-se grandes guerreiros e amigos inseparáveis. Porém Castor (que herdou a mortalidade humana) perde a vida em uma batalha e Pólux (que herdou a imortalidade divina) suplica a Zeus que devolva a vida do irmão. Comovido com esta demonstração de amor fraterno, Zeus propõe a Pólux dividir sua imortalidade, alternando com o irmão um dia de vida e um dia de morte.
Assim os irmãos passaram a viver e a morrer alternadamente e Zeus os homenageia com a constelação de Gêmeos, na qual não poderiam ser separados nem com a morte.
O mito não conta o que aconteceu com Tíndaro, o marido traído. Certamente não seria nada fácil ir contra Zeus em algum tipo de rebelião. Fico imaginando o quanto ele realmente amava Leda, se teria sido capaz de perdoá-la diante do irresistível apelo do deus maior. Às vezes, por mais difícil que pareça, o perdão aproxima o amor e o torna imortal. Difícil é a vida e seus obstáculos, o perdão pode ser libertador e unir para sempre o que um dia um momento de fraqueza separou.
Um comentário:
Gente! Que coisa linda!Estas pérolas me fazem viajar...abçs
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