(Mosaico em Pompéia - Naples National Archaeological Museum)
Os inimigos respeitava muito aquelas falanges, mas pareciam atribuir as vitórias dos gregos a uma outra arma muito mais perigosa. Quando Xerxes foi obrigado a recuar para a Pérsia com seu exército, levou consigo todos os livros que estavam na grande biblioteca pública de Atenas: ele estava convencido de que os gregos, uma vez privados de seus livros, estariam também privadosde seu espírito nacional e de seu valor combatente.
Décadas depois, numa de suas intermináveis guerras internas, os mitilênios derrotaram os atenienses e foram impiedosos com os vencidos: proibiram-nos de educarem os filhos, privando-os do estudo das letras e da música, porque "não havia maior castigo do que condená-los a viver na ignorância".
O próprio Felipe, rei dos macedônios e um dos maiores guerreiros do mundo antigo, pensava como um grego e foi por isso que escreveu a Aristóteles, no dia em que nasceu seu filho Alexandre Magno: "De Felipe a Aristóteles, saudações. Quero que saibas que acaba de nascer meu filho, e que agradeço aos deuses por te-lo feito nascer na mesma época em que tu vives, pois espero que, educado e formado por ti, ele possa se mostrar digno de seu pai e do império que ele vai dirigir um dia".
Há vinte e cinco séculos atrás eles já sabiam - os persas, os mitilênios, os gregos e os macedônios - que é no rigor do estudo e no prazer da leitura que se trava o verdadeiro combate pelo futuro de um povo. E pensar que hoje em dia, neste triste Brasil, ainda tem gente que não sabe disso.
2 comentários:
Oi, Claudia Bins.
Como já havia dito em seu bog "Mosaicos do Sul", torno a dizer neste; é fascinante, possui muito material interessantíssimo, muito conteúdo, a ser desvendado aos poucos.
Ficarei muito feliz de vir mais vezes aqui visitá-la e aprimorar preciosos conhecimentos.
Muitos beijos
O que temos no Brasil de hoje é a antítese de tudo aquilo que possa nos remeter a uma consciência social saudável e digna de um tempo que cobra conhecimento em escala elevada e não aquele demarcado pela mera intuição de um populismo rasteiro, oportunista e perverso por condenar um País inteiro a um estado de ilusão por demais perigosa.
Cadinho RoCo
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