quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Pérolas da Mitologia - Lição para os poderosos



Creso Recebendo Tributo, de Claude Vignon.

O poderoso e riquíssimo rei da Lídia, jamais esquecia de agradar os deuses. A eles Creso dedicava templos esplendorosos, mas não descuidava das artes e da ciência. Por isso, convidava para sua corte os grandes mestres da época, aos quais recompensava generosamente pelos ensinamentos que ministravam. Dessa forma veio a conhecer Sólon, um dos sete sábios daquela época. Aquele sábio aceitou o convite, mais por curiosidade do que pelo dinheiro. Na corte, Sólon foi convidado a visitar todas as dependência do palácio e arredores, para que pudesse avaliar como era rico era seu hospedeiro. Depois daquela visita, foi levado à presença do próprio Creso, que o aguardava em seu trono de ouro, coberto por um manto cravejado de pedras preciosas.

"Então, Sólon, conheces alguém mais feliz do que eu?" perguntou o rei. "Sim", respondeu o filósofo surpeendendo o monarca. "Existe um tal de Télus, um ateniense do povo, que era um homem de bem, assim como seus filhos, aos quais todos nós respeitávamos. Era um cidadão exemplar que morreu com a espada nas mãos, defendendo Atenas contra os invasores".

Creso, sentindo-se diminuído com a resposta, resolveu insistir. " E eu, tu não me achas feliz?" Sólon sacudiu a cabeça: "Hoje, talvez. Mas amanhã, quem vai saber? A vida traz muitas surpresas: é preciso aguardar a última cena". Considerando-o um grosseirão, Creso dispensou-o e mandou levá-lo de volta para a Grécia.

Anos depois, levado pelo orgulho, Creso declarou guerra aos persas do grande conquistador Ciro, sendo por este fragorosamente derrotado e feito prisioneiro. Os persas levantaram uma grande pira, amarraram Creso sobre ela e puseram fogo na madeira seca. Ali, esperando a mordida fatal das chamas, Creso lembrou aquelas palavras de Sólon. Com um suspiro que atravessou o silêncio dos que assistiam à cena, Creso olhou para o céu e exclamou queixosamente, o nome de Sólon por três vezes. Curioso, Ciro mandou seus intérpretes perguntarem a Creso que deus era aquele que ele, Ciro, não conhecia. Quando soube que era um dos sete sábios, mais intrigado ficou. "Espera que ele venha salvá-lo"? "Não, disse Creso, é que finalmente entendi a lição que ele me deu" - e contou seu encontro com Sólon anos atrás. Ciro, comovido pelo que ouvira, mandou que tirassem Creso da pira. Tinha enxergado a si próprio naquele homem derrotado, esfarrapado, enegrecido pela fumaça, que tinha sido um rei poderoso como ele. E fez mais: tomou Creso por conselheiro, para que nunca o deixasse esquecer que a felicidade é fugaz, mas a sabedoria é para sempre.

4 comentários:

BC disse...

Muito obrigada pela sua visita ao meu SLETRAS,e pelo elogio ao poema que não houve tempo para mais fui ver agora a votação e no meio de tantos brasileiros (penso que é a maioria), não está mau de todo.
Apareça quando quiser, eu vou pôr o seu blogue nos meus favoritos.
Beijocas
Isabel

Mariana disse...

Que aula de História este post
m. obrigada.
beijos

Fragmentos de Elliana Alves disse...

lindo blog,bjssssssssss e bom final de semana!!!

Tatiana Carlotti disse...

Que blog excelente! Virei fã de carteirinha. Beijo! Tati