quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Pérolas da Mitologia - Órgão Sexual


A mitologia conta que o grande senhor do Olimpo, Zeus, costumava disfarçar-se em algum animal para perpetrar suas conquistas amorosas. No entanto, isso não aconteceu com Alcmena, que seria a mãe de Hércules, como fruto de sua união com Zeus. Com ela, ele agiu diferente. Ela era esposa do digno Anfitrião, general tebano que tinha se afastado de casa por razões de guerra. Quando o general voltava para casa, depois de vencidos os combates, o ardiloso Zeus assumiu sua aparência e se apresentou a Alcmena, que nada desconfiou. Recebeu o impostor como se fosse o marido e sufocou-o com seus beijos e abraços. Como Zeus queria tranquilidade para desfrutar a sua nova conquista, mandou que Hélios, o deus do sol, ficasse dois dias sem aparecer e mandou Hipnos, o deus do sono, deixar o mundo dormindo todo esse tempo, propiciando ao senhor do Olimpo uma longa noite nos braços de Alcmena. Quando o verdadeiro Anfitrião chegou em casa, estranhou muito que sua mulher não quisesse saber detalhes da sua viagem nem estivesse disposta a recebe-lo no leito, alegando que assim já era demais. Desconfiado, Anfitrião consultou o adivinho Tirésias, que lhe revelou que Zeus tinha honrado seu lar com uma visita pessoal.

Tal engano com o parceiro, ainda que pareça improvável, tem sido aproveitado por muitos autores, e, no cinema, já foi utilizado dezenas de vezes. Ora, como não perceber que o outro é um impostor? Afinal, não é na cama que tudo fica desvendado? Quanto a isso, parece que existem opiniões bem diferentes. Para uns, é ali mesmo, na fulgurante luz do sexo, que aparece a verdade, quando as ilusões que encobriam nosso parceiro se dissipam durante a noite, fazendo-nos despertar ao lado da realidade. Quantas Alcmenas foram dormir com um deus e acordaram com um animal? Poucas tiveram a felicidade de fazer o caminho inverso, mas essas não conhecemos, pois elas procuram não comentar, para não despertar inveja. Para outros, no entanto, é na cama que mais nos iludimos, mentindo sobre nós mesmos e sobre o nosso parceiro, e não somos capazes de saber, no escuro, quem é o impostor: se eu, se ele ou se ambos. Para outros mais, enfim, talvez os mais espertos, há locais mais adequados do que a cama para buscar a verdade, pois ali é o lugar privilegiado onde se une a realidade da pele com a criatividade e a fantasia do cérebro, nosso órgão sexual por excelência.

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