Ninguém gosta de receber más notícias, nem mesmo os deuses. Apolo, o deus dos oráculos, devia saber melhor do que ninguém o quanto a verdade pode doer. Ele amava Corones, uma jovem princesa de Tessália, mas ela gostava de outro, um simples mortal, com que se encontrava às escondidas. Desconfiado, Apolo mandou o corvo, um de seus auxiliares alados, vigiar de perto a faceira princesinha. Pobre corvo. Quando veio relatar os encontros furtivos de Corones, Apolo ficou furioso e resolveu castigá-lo, mudando a cor de suas asas, branca como a neve, para o preto que os corvos usam até hoje.
Muitos reis e tiranos do passado agiram como Apolo, punindo o mensageiro por causa do teor da mensagem. Plutarco conta que, durante a campanha do comandante romano Lúculo, contra alguns reinos da Ásia, quando sua legião entrou na Armênia, os postos avançados desta mandaram avisar ao rei local que as forças romanas se aproximavam. O rei Tigranes ficou tão enfurecido que mandou decapitar o mensageiro, fazendo com que, a partir daí, ninguém ousou contar-lh coisa alguma. Enquanto os romanos apertavam o cerco, Tigranes continuava inerte, sem ter a menor idéia do que estava acontecendo, ouvindo apenas a voz de seus bajuladores, que lhe diziam que Lúculo já devia estar voltando para Roma, atemorizado com a força do exército romeno - até que o amigo favorito do rei tomou coragem para anunciar-lhe que a derrota era iminente, como de fato aconteceu.
Pior fez Côtis, um certo rei da Trácia, dissoluto e beberrão, que meteu na cabeça que haveria de passar uma noite de amor com a deusa Atena, uma das deusas virgens do Olimpo. Para uma ocasião tão importante, preparou um banquete numa mesa luxuosíssima, numa alcova ricamente decorada, no centro da qual dispôs uma cama com lençóis e travesseiros dignos da ilustre convidada. Depois de tudo preparado, Côtis se pôs a beber vinho, aguardando a chegada de Atena. Como o tempo passasse e nada da deusa aparecer, mandou um guarde verificar se ela não tinha se perdido nos corredores do palácio. Quando o guardo retornou dizendo que não havia ninguém, o rei o matou ali mesmo.
Mais tempo se passou e Côtis mandou um segundo guarda, e a cena se repetiu. Quando mandou o terceiro guarda, este, apavorado com o que acontecera com seus colegas, voltou dizendo que a deusa estava chegando ao palácio, pois sofrera um pequeno atraso, dito o quê, fugiu para o mais longe possível.
Muitos reis e tiranos do passado agiram como Apolo, punindo o mensageiro por causa do teor da mensagem. Plutarco conta que, durante a campanha do comandante romano Lúculo, contra alguns reinos da Ásia, quando sua legião entrou na Armênia, os postos avançados desta mandaram avisar ao rei local que as forças romanas se aproximavam. O rei Tigranes ficou tão enfurecido que mandou decapitar o mensageiro, fazendo com que, a partir daí, ninguém ousou contar-lh coisa alguma. Enquanto os romanos apertavam o cerco, Tigranes continuava inerte, sem ter a menor idéia do que estava acontecendo, ouvindo apenas a voz de seus bajuladores, que lhe diziam que Lúculo já devia estar voltando para Roma, atemorizado com a força do exército romeno - até que o amigo favorito do rei tomou coragem para anunciar-lhe que a derrota era iminente, como de fato aconteceu.
Pior fez Côtis, um certo rei da Trácia, dissoluto e beberrão, que meteu na cabeça que haveria de passar uma noite de amor com a deusa Atena, uma das deusas virgens do Olimpo. Para uma ocasião tão importante, preparou um banquete numa mesa luxuosíssima, numa alcova ricamente decorada, no centro da qual dispôs uma cama com lençóis e travesseiros dignos da ilustre convidada. Depois de tudo preparado, Côtis se pôs a beber vinho, aguardando a chegada de Atena. Como o tempo passasse e nada da deusa aparecer, mandou um guarde verificar se ela não tinha se perdido nos corredores do palácio. Quando o guardo retornou dizendo que não havia ninguém, o rei o matou ali mesmo.
Mais tempo se passou e Côtis mandou um segundo guarda, e a cena se repetiu. Quando mandou o terceiro guarda, este, apavorado com o que acontecera com seus colegas, voltou dizendo que a deusa estava chegando ao palácio, pois sofrera um pequeno atraso, dito o quê, fugiu para o mais longe possível.
Dessas três estórias, tiramos pelo menos duas lições: se fores o destinatário, nada que fizeres poderá alterar o conteúdo da mensagem. Mas se fores o mensageiro, lembra-te do antigo provérbio árabe: quando fores dizer a verdade, deixa o teu cavalo pronto e fique com um pé no estribo.
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